Entrevista - Pedro Gomes da Silva

            Pedro Gomes da Silva sempre morou em São Paulo. Está há 10 anos na Usina Santa Elisa, como fiscal dos bóias-fria, mas já foi cortador de cana. Alega que as condições de trabalho melhoraram muito; antigamente tinham que comprar o seu próprio material (roupa, facas...) e recebiam menos pelo quilo da cana. Já hoje em dia, a empresa oferece todos os equipamentos necessários além de um galão de água gelada para cada trabalhador.

            Além disso, o salário aumentou nesses últimos anos e, segundo Gomes da Silva, os direitos trabalhistas também melhoraram, uma vez que o Governo está fiscalizando o trabalho de menores.

A empresa também está atuando corretamente já que ela cobre o plano de saúde e fornece transporte  para os trabalhadores.  Acrescenta dizendo que nunca aconteceu algo muito grave com os bóias-friae termina dizendo que lá todos se dão muito bem. “Aqui somos uma família”.

 

Entrevista - Franscisco Alves da Costa

        Francisco Alves da Costa trabalha como cortador de cana há apenas dos anos. Veio do Piauí com os primos a procura de emprego, já que a situação no Nordeste estava dificil. Não gosta muito do trabalho, "quero ser demitido" diz, uma vez que não tem direitos perante a empresa caso peça demissão. Quanto ao ambiente de trabalho, há boias- fria que não gostam dos fiscais, mas ele se dá bem com eles. Utiliza como os outros, o ônibus da empresa e diz que o salário é regular: “Todo dia 5 vem o salário” e que há plano de saúde

Entrevista - Silvio

            Silvio, como Francisco, trabalha como cortador há dois anos e também veio de Piauí com os primos pelos mesmos motivos. Relata que é um trabalho duro e não gosta dele. Diz que no ambiente de trabalho, há boias-fria que não gostam dos fiscais, mas ele se dá bem com eles. Utiliza como os outros, o ônibus da empresa e diz que o salário é regular: “Todo dia 5 vem o salário”

            Quando os cortadores de cana – de – açúcar querem reclamar, falam com o fiscal e o fiscal se não puder resolver fala com a empresa. Em algumas situações, fazem uma grave, como aconteceu no ano passado. No entanto, ela não trouxe resultados: ficaram nove dias sem trabalhar denunciando problemas nas condições de trabalho. Então a empresa disse que ia tomar as providências necessárias e quando voltaram a trabalhar, nada mudou.

            Sua idéia é continuar em São Paulo e voltar aos estudos aqui na região. Recentemente comprou uma moto e espera sua namorada que virá de Piauí morar com ele.

Análise

    As entrevistas com os cortadores de cana nos trouxeram outra perspectiva quanto ao cultivo de cana no Brasil. A partir delas, podemos ver que as condições dos bóias-fria brasileiros ainda é deplorável, mas tais trabalhadores se vêem obrigados a cumprir a função, uma vez que é ela que traz o sustento de cada mes. Além disso, é interessante destacar que a maioria dos entrevistados era de origem nordestina, e veio para o estado de São Paulo em busca de dinheiro.

    Com tudo isso, percebemos que tal situação é resultado da má distribuição de renda brasileira, que obriga muitos cidadãos a se submeterem a trabalhar em condições subumanas. Apesar disso, as entrevistas evidenciam que tanto as condições de trabalho quanto o salário melhoraram muito nos últimos anos, sendo esta melhoria conseqüência de revoltas e reivindicações desses trabalhadores. 

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